sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

"AÇÃO TRANSFORMADORA"

A mensagem que segue retrata a verdade e a realidade! Infelizmente a verdade é rejeitada porque a realidade, em consequência de todo ser humano nascer sem a imagem de justiça do Criador, é que existe mais propensão para o mal do que para o bem. E quando a "ação transformadora" não mais é sentida e vista pelo mundo na vida dos que participam e integram a "Igreja Cristã", o que não é cristão, além de não crer não vê motivo para o que está sendo pregado seja verdade! A propósito, um pastor falou uma frase interessante: "minha Igreja parece mais preocupada com a verdade do que com o amor". Nós cristãos precisamos urgentemente ouvir todos os dias o que o Ap. Paulo escreveu aos cristãos de Roma na sua época: "Não vivam como vivem as pessoas deste mundo" Rm 12.2. Talvez, para sermos testemunhas da "ação transformadora" de Jesus, podemos afirmar: não basta ser cristão mas o "outro", cristão ou não,  precisa ver e sentir que o somos.
Além da mensagem "O Natal trouxe a Paz" segue um texto, que pretende também fazer-nos pensar e exemplificar a argumentação acima: "O homem que roubou o Natal de JESUS"

O NATAL TROUXE A PAZ

Natal é a festa cristã que celebra o amor de Deus ao mundo, mundo este onde reina discriminação, exclusão, injustiça, ódio e outros males. Mas é justamente esse mundo que Deus ama e convida para o arrependimento e salvação. Não podemos fugir da realidade do pecado. O pecado se faz presente na nossa vida, nas nossas contradições, mentiras, raivas, falta de amor. Mas, graças à misericórdia divina, essa realidade pode ser vista sob outra perspectiva. Cristo venceu a morte e oferece a inversão da realidade: o mal será derrotado e a justiça e a paz vão reinar para sempre. Ele disse: “Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo” (Jo 14.27). É nessa certeza e esperança que repousa o verdadeiro sentido do Natal. Por isso é que podemos nos alegrar e nos saudar, pois a nossa culpa está paga integralmente por Cristo Jesus e, nele, há vida plena. O Natal trouxe a paz.

Oração: Senhor, em mais este Natal te louvamos pela tua ação transformadora. Tu vieste ao mundo para nos salvar. Mantém-nos nessa caminhada de paz, por teu amor. Amém.
João 14.25-31

O HOMEM QUE ROUBOU O NATAL DE JESUS
No shopping próximo à minha casa, o tema da decoração de Natal é “a floresta encantada de Papai Noel”. Juro que procurei entre as folhagens de plástico, as girafas de pelúcia e os chimpanzés músicos para ver se o achava, mas não encontrei Jesus. Nada de Maria, José, do anjo, dos reis Magos e das cabras, bois e vacas. Nada que se assemelhasse a uma manjedoura. Enfim, nada de Natal na decoração de Natal.
Fiquei pensando quando foi que o menino Jesus deixou de ser protagonista de sua própria festa de aniversário. Jesus, o profeta a quem, pelo menos nas estatísticas, um terço da humanidade dedica sua fé, faz uma ponta no Natal hoje em dia. A figura central, a grande estrela da maior festa do mundo cristão é um velho barbudo de aparência nórdica que só criancinhas acreditam que exista. E, aparentemente, ninguém está nem aí.
O Natal é uma verdadeira cilada. TVs, jornais, familiares, tudo conspira para que você se sinta tomado pelo “espírito natalino”, que se traduz em: se meter em shoppings abarrotados de gente para comprar coisas que sairiam pela metade do preço no mês seguinte. Mesmo que você não queira participar, é obrigado a seguir o fluxo porque não quer que seus filhos cresçam traumatizados por não ganhar presente quando todo mundo recebe –do Papai Noel, claro, aquele gordinho que espera o ano todo por este bico, suarento debaixo da roupa vermelha e da barba branca em pleno verão brasileiro.
Aliás, a disparidade entre o que se construiu como “Natal” no hemisfério Norte e a realidade dos trópicos é um mico à parte. Bonecos de neve de feltro, de gorro, cachecol e cenoura no lugar do nariz, se espalham pelo País e tomam de assalto até as repartições públicas, enquanto as secretárias se abanam de calor. O “jeitinho” brasileiro se desdobra para recriar a atmosfera gélida, condição sine qua non para que o “espírito natalino” baixe, e dá-lhe neve de pipoca, de isopor, de algodão… Tenho certeza que nunca seremos uma nação de fato enquanto precisarmos macaquear um clima que não é nosso para conseguir algo tão singelo quanto o congraçamento familiar.
Não conheço nenhuma festa religiosa no mundo cujas principais manifestações sejam gastar muito dinheiro, comer para caramba e encher a cara. A festa máxima dos cristãos é a festa religiosa mais capitalista do planeta. E olhem que a mensagem de Cristo era o exato oposto. Não foi o filho de Deus quem expulsou os vendilhões do templo? Não foi ele quem disse que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”? Quer mensagem menos capitalista do que esta?
Mas falar dessas coisas é querer estragar a festa, quebrar a “magia” do Natal –muito embora a única visível seja o mágico tilintar das caixas registradoras. Para o comércio, a data é uma bênção. Para as igrejas, o mundo do dinheiro nunca foi exatamente um incômodo e pode, afinal de contas, render belos donativos. Tampouco parece ser um empecilho que os fiéis gastem todo o 13º salário e se endividem em compras, porque depois engrossarão as fileiras dos que procuram as casas de Deus em busca de conforto não para os flagelos da alma, mas do bolso.
Tem igrejas pentecostais que vivem disso, de oferecer aos crédulos a superação das dívidas financeiras e o sucesso econômico através do poder de Deus. De que lhes serviria abrir os olhos dos fiéis e pregar que o Natal não é sinônimo de gastança? Deixa quieto, Papai Noel é bem mais conveniente que Jesus, até porque não fere suscetibilidades. Sem essa de rico não poder entrar no reino dos céus: seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem, não é mesmo? “Compre, compre. Ho, ho, ho”.
Meu lado cristão (de formação) se revolta de ver que o Natal se transformou nessa pseudo festa religiosa, vazia de significado espiritual. Em vez de se incomodar com a vida íntima do próximo, de tentar interferir na orientação sexual do semelhante ou de se empenhar em lutas surreais como a cruzada contra a proteção da camisinha, as igrejas cristãs deviam se dedicar a repensar sua festa mais importante. Se os cristãos fossem de fato cristãos, tinham de estar preocupados que o nascimento de Jesus perdeu o lugar para o consumismo que o Papai Noel representa. Tentar resgatar a mensagem do Natal: esta, sim, seria uma luta de fato agregadora, digna da data e do aniversariante.
Dá para começar em casa, montando o presépio com as crianças como aconteceu no passado e, no mínimo, explicando a elas que o dono da festa não é o Papai Noel, que não é por causa dele que o Natal existe. Quantos cristãos fazem isso?
Boas festas a todos.
Cynara Menezes
Publicado em seu blog em 24 de dezembro de 2012

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