sexta-feira, 24 de outubro de 2014

"CÉSAR E DEUS"

Mensagem oportuna especialmente para cristãos, anunciada pelo Pr. Tardelli.

Comunidade Evangélica Luterana Cristo Redentor 
Copacabana - Rio de Janeiro - Brasil - IELB
Série: "O Que Jesus ensinou que a igreja esqueceu"
Pentecostes 19 - 19/10/2014 - Mt 22.15-22 - Pastor Tardelli Voss
Mensagem
 "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus"
O texto que temos diante de nós nesta manhã é daqueles textos da Escritura que às vezes trazem mais perguntas que respostas. É daqueles textos que quanto mais o estudamos, mais nos convencemos que  Deus nos deixa lutar com nossa própria consciência, guiados pelo Espírito Santo, para refletir e encontrar conclusões. Assim, convido-os a explorar e lutar comigo com esse texto.
Primeiro, consideremos as estranhas circunstâncias em que a história se desenrola. O texto nos diz que os fariseus tramavam uma cilada para Jesus. Isto em si não é estranho. Nestes últimos capítulos do evangelho de Mateus, vemos sempre esta batalha contínua dos líderes religiosos com Jesus. Aparentemente os fariseus estavam preocupados que as massas estavam seguindo Jesus e por isso eles queriam desacreditá-lo diante do povo.
O que é estranho no texto, é o fato de que os fariseus, aquele partido profundamente piedoso e zeloso da lei de Deus, se juntarem com os herodianos. Os herodianos, como o próprio nome sugere, eram partidários da família do governador, Herodes. Eles eram um grupo de judeus que tinham cedido na sua fé e práticas religiosas, para ganhar favores das autoridades no poder local. Claramente, fariseus e herodianos, na sua tentativa de atacar Jesus, formavam uma coligação muito inusitada (para não dizer espúria). Eles se desprezam e odiavam.
Então, depois de começarem com uma falsa adulação a Jesus, estes dois partidos religiosos antagônicos lhe fizeram a pergunta: Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?” (Mateus 22:17). Notem a armadilha: se Jesus respondesse “não”, os herodianos, aqueles que desfrutavam dos benefícios do governo romano, o relatariam às autoridades como um traidor. Se Jesus respondesse com um simples “sim”, então os fariseus teriam amplo combustível para desacreditá-lo entre o povo como um simpatizante romano, uma pessoa infiel para a fé de Israel.
Talvez, por causa de pegadinhas mal-intencionadas como estas, foi que Jesus se referiu a estes religiosos da época como hipócritas. Jesus sabia que por trás daquela aliança entre fariseus e herodianos havia um propósito mal-intencionado. Mas Jesus não sucumbiu à conspiração deles, ao desejo de apanhá-lo numa armadilha. 
Pelo contrário, Jesus pediu para ver a moeda usada para o pagamento dos impostos. Era uma moeda que trazia a insígnia do imperador romano, e então Jesus lhes perguntou: “de quem é a imagem nesta moeda?” Ambos grupos responderam: “do imperador. Então Jesus lhes respondeu: Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.’” E o escritor Mateus nos diz que depois daquela resposta, eles se maravilharam, e foram embora.Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Que resposta! Ela não só possibilitou Jesus escapar da cilada que aqueles dois extremos e opostos grupos estavam tentando armar para ele como os deixou desconcertados. Uma resposta que reconhecia aos herodianos que nós sim temos obrigações para com nossas autoridades e governos seculares, e uma resposta que expressava aos fariseus que nós temos sim obrigações como cidadãos do reino de Deus.
Mas foi esta frase somente uma resposta? Foi esta frase meramente uma boa saída para a pegadinha? Eu acho que não. Acho que “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” é um desafio que ecoa para os seguidores de Jesus através dos séculos. “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” na verdade, é um princípio que nos apresenta questões muito mais profundas e abrangentes.
O desafio, o princípio expressado na resposta de Jesus é: nós, cristãos, somos cidadãos de dois reinos. Dê a César o que é de César afirma o fato de que nós temos responsabilidades como cidadãos deste mundo, para com os governos do país, estado e cidade onde vivemos, e temos responsabilidades como cidadãos do reino invisível de Deus. Estas são as duas marcas clássicas da igreja, dos seguidores de Jesus: somos um povo chamado para sair do mundo a fim de adorar a Deus e, ao mesmo tempo, é enviado de volta ao mundo a fim de testemunhar e servir. Em resumo, a frase do hino que cantamos a pouco: “Estamos no mundo, mas dele não somos.” Ou, numa outra ênfase: “não somos do mundo, mas nele estamos”.1
E aí a resposta de Jesus à questão feita para pegá-lo de jeito, nos pega de jeito. Como praticar hoje: Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”? Como ser “Cidadãos de dois reinos”?
Eu não sei, meus amigos. Confesso para vocês que estou tentando aprender e a colocar em prática. O que falar daqui em diante quero que vocês considerem com cautela, com reflexão, e interpretando tudo da melhor maneira. Procedam como os cristãos de Beréia (Atos 17.11) e avaliem se minha mensagem está em conformidade com as Escrituras. Ah, e claro que este assunto não se esgota nesta minha reflexão.
Acho que o primeiro que temos que fazer é colocar a frase na moldura correta, ou seja, analisá-la com a correta perspectiva. Monografia Tardelli
 A moldura correta: “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”
Jesus disse essa frase quando Tiberias era o imperador, o César de Roma. Tiberias foi um bom administrador, mas claro, não era um cristão. Ele não conhecia nenhum tipo de influência cristã, pois o cristianismo recém estava nascendo. Então, Jesus estava chamando os seus discípulos a dar a um César pagão algum tipo de honra.
E o que é de César? Os discípulos perguntaram sobre os tributos, mas Jesus foi além e disse de tudo o que é de César.
Jesus está reconhecendo que nós temos, não somente uma obrigação de pagar impostos ao governo pelos vários serviços e benefícios que prestam. Aqueles primeiros ouvintes da resposta de Jesus, e nós que escutamos hoje, devemos muito mais ao governo do que um desconto em nossa renda. Governos requerem de seus cidadãos muito mais do que dinheiro. Governos também requerem nossa aliança. Governos estabelecem leis e têm a autoridade de executá-las. Governos convocam ao serviço militar, governos citam à participação eleitoral, entre outras coisas. Segundo Jesus, isso tudo, a princípio, é legítimo. E o apóstolo Paulo vai repetir isso em muitas ocasiões em seus escritos para as primeiras igrejas: cristãos devem respeitar as autoridades governamentais.
E o que é de Deus? A resposta: tudo é de Deus. Quando Jesus falou de César ele pediu uma moeda romana emprestada, na moeda estava a imagem e o nome do imperador, por isso ela pertencia ao imperador. Mas onde está a imagem e o nome de Deus impresso? Nada mais nada menos que em nós mesmos, suas criaturas, em nosso ser inteiro. No primeiro capítulo de Gênesis nós lemos que Deus nos fez, seres humanos, à sua imagem e semelhança. E ao nos fazer seus filhos no batismo, Deus nos deu seu nome, somos sua família.
Nós somos as moedas” do reino de Deus. Se nós devemos dar a Deus o que pertence a Deus, então podemos concluir que não há limite para o que nós devemos para Deus. Nós devemos a Deus nosso inteiro ser, nossa vida, e tudo o que temos e somos. Nenhuma parte de nossa vida está fora de nossa aliança com aquele que nos criou, nos redimiu dos pecados e da morte e nos fez cidadãos de seu reino.
Mas pastor, a frase “Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” parece nos indicar que algumas coisas são de César e outras são de Deus, não é mesmo? Não! Não exatamente. A Bíblia nos revela do início ao fim, que não somente nós, com tudo o que somos e temos, mas o mundo inteiro, com tudo o que é e tem, incluindo todos os direito, poder e posses de César, tudo pertence a Deus. Essa é a perspectiva (moldura) correta para dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Quando você sabe que tudo é de Deus, então toda e qualquer coisa que você der a César você o faz por causa do seu amor a Deus, em prol do reino de Deus. Toda e qualquer
 autoridade que você atribuir a César você atribui pelo amor a Deus, em prol do Reino de Deus. Toda e qualquer obediência que você presta a César você presta por causa da obediência que você deve primeiro a Deus. Qualquer requisição que César fizer de você, você deve testar pela infinita superior requisição que Deus tem sobre você.
Dar a César o que é de César é limitado e definido pelo dar a Deus o que é de Deus. O que é de César é determinado pelo fato de que tudo é de Deus primeiro, e só se torna de César pela permissão e propósito de Deus. Somente Deus decide o que é legítimo e limitado a César. A única razão que Deus ordena os direitos de César é em prol do Deus mesmo!
É por isso que Pedro disse: Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei. (1 Pedro 2:13-17).
Por amor ao Senhor” é o jeito de Pedro dizer, tudo é de Deus, e isso limita o que é de César e como você devolve para ele. Ou seja, não dê a César nada que você não possa fazer por amor ao Senhor.
Pedro, Paulo e Jesus estão chamando os cristãos a ter a mentalidade de estrangeiro e de dono ao mesmo tempo. “Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus”. Nós somos servos de Deus, não servos de nenhum governo. Nós somos livres de todos os governos e instituições humanas, porque nós pertencemos ao dono do universo e compartilhamos sua herança. Nós somos estrangeiros no Brasil; nós servimos o Senhor do mundo.Deus nos fez e nos comprou de volta por alto preço (1 Coríntios 6.20).
Não somos escravos de ninguém nem de nenhum governo (1 Coríntios 7.22-23).
Nossa cidadania está nos céus (Filipenses 3.20). 
Somos estrangeiros e exilados neste mundo (1 Pedro 2.11).Não estamos “em casa” aqui, mas aguardamos o Senhor que virá do céu (2 Coríntios 5.8).
Nesta liberdade do mundo e de César, Deus nos envia de volta para uma temporada nas estruturas e instituiçãos “estrangeiras” da sociedade com um propósito que é participar e abençoar estas nossas casas temporárias, mas também dar testemunho que elas não são eternas, Deus é. Nós somos enviados a viver e praticar as idéias estranhas de um outro reino em meio a nossa casa terrestre. E isso não é fácil. Sempre haverá tensões nesta vida entre dois reinos. Mas mesmo assim, Deus nos envia a navegá-las, da melhor maneira possível.
 Navegando na tensão dos dois reinos César e Deus
Já temos o ângulo certo, o ponto de partida, agora vamos falar de coisas mais práticas.
Novamente, vamos com calma.
Quando temos uma tensão na Bíblia, o conselho é mantê-la. É preservar a dinâmica e evitar os extremos. E aqui, talvez, estão alguns ensinamentos sobre este assunto que a igreja tenha esquecido.
Um extremo que precisamos evitar, como cristãos, é a busca pelo poder de César, a busca pelo poder terreno.
Existe por aí, em alguns meios de forma mais explícita em outros de forma mais velada, o desejo de que a igreja conquiste o poder político para impor sobre a sociedade um governo baseado na Bíblia. É um anseio baseado numa heresia com respeito à volta de Cristo, que diz que a Igreja vai conquistar o mundo antes desse dia chegar. Assim o alvo destes “cristãos” é controlar as instituições do mundo e convertê-las ao cristianismo. Isso já aconteceu diversas vezes na história, e em diferentes denominações e de diferentes formas. Mesmo a igreja luterana não esteve isenta a essa confusão entre igreja e estado. O resultado deste extremo nós conhecemos. Ou um vexame para a igreja, devido a resultados desanimadores, escândalos vergonhosos ou então um enfraquecimento do testemunho do evangelho.
Tudo começou, aparentemente, coConstantino, que no ano 313 fez do cristianismo a religião oficial do império romano: A igreja foi investida com poder político pela primeira vez e investiu o imperador com poder religioso. A igreja entrou num período de corrupção e perdeu muito de sua dinâmica espiritual. A igreja deixou de ser uma comunidade zelosa de fazedores de discípulos pela Palavra de Deus para ser uma instituição perseguidora que marcharia sobre o mundo árabe nas cruzadas dos séculos 11 e 12. A Igreja, que uma vez fora perseguida, havia se tornado perseguidora. A igreja que radiava paz e compaixão havia se tornado corrupta. A igreja, seduzida pelo poder político e aspirações utópicas, falhou em entender que tais alianças antibíblicas (unindo igreja e estado) perverteriam o Evangelho.2
Pediria misericórdia de Deus e ajuda para que não repitamos os erros do passado, mas creio que no cenário atual nacional cristão, é meio tarde demais. Por isso, com base ao histórico já bem documentado da fragilidade ética da maioria dos líderes do momento e com a falta de senso crítico dos seguidores, só posso pedir que Deus nos livre de políticos evangélicos. Se, ainda minoria, a bancada evangélica na Câmara Federal é campeã em faltas e em processos no STF, imagina dominando o parlamento. .Romeiro Evangélicos em Crise
 A realidade, meus irmãos, neste mundo afetado pela queda lá no Jardim do Éden, é que as teocracias, mesmo quando começam com boas intenções, um dia se tornam totalitárias e todo o esforço de higienizar os costumes é moralista e hipócrita.
O projeto cristão não é este. A missão cristã visa preparar para a vida. Levar a Boa Notícia – Evangelho – não significa exportar cultura, criar dialeto ou forçar critérios morais. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, como sempre fizeram, dentro de sua nova liberdade cristã. O evangelho convoca à pratica da justiça; cria meios de solidariedade; procura gestar homens e mulheres distintos; imprime em pessoas o mesmo espírito que moveu Jesus a praticar o bem. A missão principal da igreja antes da volta do Senhor é o evangelismo e o discipulado, e não formar cruzadas para tomar o poder ou conquistar o domínio político numa instituição ou governo. 3
Qual é o primeiro extremo então, que como igreja precisamos evitar: busca do poder terreno, pressionar que a igreja controle o estado.O segundo extremo que devemos evitar na tensão dos dois reinos, da distinção igreja e estado é a omissão social. E isso tem acontecido frequentemente dentro da Igreja Cristã.
Uma das omissões é quanto ao não estimular os seus fiéis à reflexão sobre os sistemas presentes, sobre posturas, estratégias, decisões e leis. O governo não tem um “cheque em branco” da nossa parte para fazer o que quiser. Cabe ao cristão crescer no conhecimento científico, aprofundar-se em teorias e discussões seculares.
Uma das omissões é não levantar a voz por políticas humitárias em favor dos “pequeninos”, como pediu Jesus. Nóss cristãos devemos sentir compaixão e uma dor aguda na consciência quando seres humanos são de alguma forma oprimidos ou negligenciados, seja pela privação de liberdade civil, respeito social, educação, saúde, e emprego ou de alimentação, vestuário e teto adequados. Qualquer coisa que solape a dignidade humana deve ser uma ofensa a nós. 4
Uma das omissões é quando não nos manifestamos e protestamos pacífica e legitimamente contra desmandos, injustiças, corrupção e por reivindicações não atendidas e promessas não cumpridas.
Uma das omissões é quando reduzimos nossa partipação política no tocante a quais questões devem ocupar a Igreja na esfera pública. O viés cristão precisa chegar não só à pautas populares e dominantes. O engajamento precisa ir além da simples repetição de uma agenda limitada e de um pacote previamente preparado. Se vamos falar de aborto, Ricardo Gondim John Stott
 muito bem, falemos, mas falemos também dos milhões de crianças de rua. Elas também estão morrendo de forma violenta. Se vamos investir tempo no debate se casais gays podem constituir famílias não podemos ignorar milhares de famílias destruídas pela violência doméstica ou por outras formas de desestruturação social. De que vale lutar pelo ensino criacionistas nas escolas e não se preocupar com as propostas de cuidado para com a Criação? 
Uma das omissões acontece quando nos submetemos nossa mensagem ao espírito dos tempos. Quando ou por medo de perseguição cristofóbica ou por conveniência, permitimos que essas influências externas sejam o fator dominate de nosso pensar e agir ou quando a igreja mantém relações duvidosas e ilícitas com poderes seculares. Não se amoldem ao presente século, diz a Bíblia... levem cativo seu pensamento à Cristo.
Sempre que um cristão tiver a oportunidade, ele deve exercer o poder com justiça e ética cristã, tendo em mente que el terá que prestar contas a Deus dos privilégios e responsabilidades que lhe forem atribuídas. Precisamos e devemos ter bons crentes, bons luteranos, em posição de liderança nas diversas esferas sociais, causando uma influência positiva na sociedade como um todo. A Palavra de Deus mesmo afirma:“Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra; quando, porém, domina o perverso, o povo suspira”. (Provérbios 29.2)
Segundo extremo: isolamento, escape, inércia no mundo. Que Deus nos tenha misericórdia, para não esquecer o que Jesus estava dizendo “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Gostaria de continuar, mas preciso parar. Mas não quero me despedir sem algumas propostas, respondendo a pergunta o que Jesus ensinou sobre este texto que a igreja esqueceu. Aprecie com moderação. Se você acha que o chapéu não serve para a sua ou a nossa situação, tudo bem... vamos adiante. Se você acha que a crítica é válida, então mãos à obra. E se dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus tem a ver com...
Uma igreja que entende que “uma nação cujo presidente é uma cristão” não é necessariamente “uma nação cujo Deus é o Senhor”.
Uma igreja que aceita, ama e recebe os homossexuais, ainda que condene a homossexualidade. Uma igreja que condena o aborto, mas ama e aceita as pessoas que optam por ele.
Uma igreja que defende a liberdade religiosa – para todas as religiões.Uma igreja que respeita e convive com as outras religiões – e tenta aprender o que elas têm de positivo. Cristianismo Hoje
 Uma igreja que não apoia candidatos a cargos eletivos simplesmente porque são cristãos.
Ser uma igreja que é sal da terra; capaz de se misturar ao mundo sem perder sua essência e sabor.
Uma igreja que não procura impor sua visão de mundo à sociedade por formas coercitivas, mas expô-la apenas pelo exemplo.
Uma igreja que questiona e aceita ser questionada. E se o que não podemos deixar de lembrar é...
Trabalhar por uma igreja que não vive como se o reino de Deus fosse desse mundo, mas que saiba que nosso reinado é diferente: que se dá pela ação de Jesus, pelo Espírito Santo, com nossa humilde colaboração, nos corações das pessoas.
Vigilar para que esta igreja não destile maldição aos “inimigos da fé” com mais perversidade que um aiatolá iraniano. Ser uma igreja que quer o bem de todos, não apenas dos crentes.
Promover uma igreja que não quer um Brasil “crente”, com a cara dos evangélicos populares, mas que anseia e contribui para uma pátria permeada com a elegância, solidariedade, inclusão e compaixão do Evangelho.
Participar de uma igreja que tenha cristãos envolvidos na política e ocupando cargos de liderança que influenciam positivamente a sociedade no seu todo, e não apenas a igreja ou ao grupo que o elegeu.
Se recusar a ser uma igreja que não sai por aí declarando com simplismo “a solução do Brasil está na Bíblia” ou com empáfia“O Brasil é do Senhor Jesus Cristo”. Uma igreja que somente convide, respeitosamente e amorosamente ao arrependimento e fé no Salvador.
E se dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus tem a ver com...
uma igreja que deseja ver a Palavra de Deus prevalecendo em todos os aspectos da vida nacional, mas não através de frases feitas, contrangimentos ou pela força, mas com uma pregação constante, saudável da verdade, com amor.
Uma igreja que avalia com bom senso questões espinhosas, pontos fortes e fracos de candidatos, partidos políticos e ideologias, antes de sair por aí divinizando ou satanizando-os. Termo Pastor Egon
 Uma igreja que não é apática ao contexto que está inserida, mas é criativa, ousada, submissa às Escrituras e ávida por compreender como pode comunicar a um mundo em necessidade.
Uma igreja ansiosa por uma transformação do mundo em algo melhor, mesmo sabendo que este mundo jaz no maligno e que o universo inteiro geme esperando pela criação do novo céu e da nova terra.
Uma igreja que não se dobra, mas está pronta a desafiar todas as agendas, que de uma forma ou de outra, tentam lhe domesticar.
Que Deus tenha misericórdia de nós para que continuemos nossa reflexão e ação e não esqueçamos o que Jesus estava dizendo “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Amém 

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